(492) – COISAS ETERNAS DE JEOVÁ – II

 COISAS  ETERNAS  DE  JEOVÁ  2

Ezequiel, o profeta do cativeiro babilônico, iniciado no ano 587 antes de Jesus Cristo, profetizou da parte de Jeová, dizendo: “E farei com eles um concerto de paz; será um concerto perpétuo. Eu os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles para sempre. E o meu tabernáculo estará com eles, eu serei o seu deus, e eles serão o meu povo. E as nações saberão que eu sou Jeová que santifico a Israel, quando estiver o meu santuário no meio deles para sempre” (Ez.37:26-28).

Esta declaração de Jeová exclui o reino de Deus, revelado no Novo Testamento, e que não é neste mundo (Jo.14:1-4; II Tm.4:18). Como Jesus Cristo não assumiu o trono de Davi conforme a profecia de Daniel (Dn.9:24), os teólogos ficaram por séculos e séculos procurando uma saída. A solução foi inventar que as setenta semanas da profecia de Daniel não se cumpriram, pois falta uma. Quando esta última semana se cumprir, então Jesus Cristo voltará para levar a Igreja, após a primeira ressurreição; e então haverá sete anos de tribulação debaixo do governo do anti-Cristo, e depois voltará para reinar por mil anos. Este esforço teológico para fazer continuar no Novo Testamento as profecias do Velho Testamento, bate de frente com as seguintes objeções bíblicas:

  1. “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão de profecia, e para ungir o santo dos santos” (Dn.9:24). Se setenta semanas estão determinadas, e falta ainda uma, que ainda está por vir, então ainda não foi extinguida a transgressão, não foi dado fim aos pecados, não foi expiada a iniqüidade, e não houve a justiça de Deus em Jesus, porque Cristo, o Messias, ainda não nasceu. O próprio texto deixa isso claro.
  2. No Evangelho de Lucas lemos: “A lei e os profetas duraram até João Batista; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo homem emprega forças para entrar nele” (Lc.16:16). Se a lei e os profetas duraram até João, cessaram a lei e os profetas. Em Cristo acabou o Velho Testamento, por isso Jesus leu no livro de Isaías a passagem que diz: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos, e pôr em liberdade os oprimidos; a anunciar o ano aceitável do Senhor. E cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes: Hoje cumpriu-se esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc.4:17-21).Todas as profecias apontavam para Jesus; quando ele se manifestou, cumpriu-se tudo.
  3. Na epístola aos Tessalonicenses, lemos: “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança; então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas para que aquele dia vos surpreenda como ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas” (I Ts.5:1-5). Paulo deixa claro neste texto, que a Igreja não será arrebatada antes do fim deste mundo. Repito o que Paulo diz: “Vós não estais em trevas para que o dia da destruição não vos surpreenda como o ladrão de noite”.
  4. Outro apóstolo que aborda o fim do mundo é Pedro, que diz: “Mas o céu e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até ao dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Jeová, é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como um ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, se queimarão. Havendo pois de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato e piedade, aguardando, e apressando-se para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos ardendo se fundirão” (II Pd.3:7-12). Pedro confirma as predições de Paulo. No dia de Deus, quando acabar este mundo em fogo, a Igreja será arrebatada.
  5. Sendo assim, a história dos sete anos de tribulação, é fábula inventada pelos que querem uma segunda oportunidade.
  6. Temos um terceiro argumento, e este, proferido pelo próprio Jesus. É a parábola do joio e do trigo. Jesus disse: “O reino de Deus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; mas dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Porque tem então joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Porém ele lhes disse: Não; para que ao colher o joio não arranqueis com ele também o trigo. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas o trigo ajuntai-o no meu celeiro” (Mt.13:24-30). É obvio que o joio são os cristãos carnais e mundanos, o trigo são os santos. Jesus declara que no arrebatamento serão levados primeiro os cristãos de segunda para queimarem no inferno, depois recolherá o trigo.
  7. E na explicação da parábola revela que a ceifa é o fim deste mundo (Mt.13:39).
  8. O reino terreno de Jeová acabou com o cativeiro babilônico. Como pôde acabar se a promessa de Jeová era outra? O texto diz: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim; será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl.89:34-37). Mas aconteceu o contrário. Leiamos a obra do rei Manassés: “E edificou altares na casa de Jeová, da qual o Jeová tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. Edificou altares a todo o exército dos céus em ambos os pátios da casa de Jeová” (II Cr.33:4). E Jeová destruiu os dois reinos (II Rs.23:24-27; 24:1-3).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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