(473) – O REI E O PAI – IV

O  REI  E  O  PAI  4

Jeová é rei, ele mesmo o declara: “Eu sou Jeová, vosso santo, o criador de Israel, vosso rei” (Is.43:15). Mas Jeová é rei das outras nações bárbaras também, pois nos salmos lemos: “Jeová reina sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade” (Sl. 47:8). Jeová é rei formoso. Isaías diz: “Os teus olhos verão o rei na sua formosura” (Is. 33:17). O mesmo Isaías profetizou que Jesus seria feio: “Como pasmaram muitos à vista dele, pois o seu parecer estava tão desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua figura mais do que a dos outros filhos dos homens” (Is. 52:14). “Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos” (Is. 53:2). Em matéria de beleza física, Jeová e Jesus são diferentes. Mas Jeová é rei eterno (Sl. 10:16). Jeremias diz: “Mas Jeová deus é a verdade; ele mesmo é o deus vivo, o rei eterno. Do seu furor treme a terra, e as nações não podem suportar a sua indignação” (Jr. 10:10). Jeová, soberanamente reina sobre tudo e todos: “Jeová tem estabelecido o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo” (Sl. 103:19). O texto de Jeremias 10:10 acima, dá a entender que Jeová é rei eterno com furor e indignação, e isso faz tremer as nações. Este texto de Jeremias destoa do Novo Testamento, que revela o Pai de amor, que por amor aos pecadores, fez chover do céu graça, perdão para todos, reconciliação, paz, vida abundante, regozijo, vitória sobre o pecado e as trevas. Fez chover o Espírito Santo em nossos corações, e pelo Espírito Santo somos inundados de amor (Rm. 5:5; Ef. 3:14-21).

Jeová, o rei eterno, declara que o seu nome é Santo (Is. 57:15). E Jeová dá tanto valor à santidade, que quando faz uma grande promessa, que não pode ser mudada, nem alterada, diz: “Não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios. Uma vez jurei por minha santidade que não mentirei a Davi. A sua descendência durará para sempre, e o seu trono será como o sol perante mim. Será estabelecido para sempre como a lua; e a testemunha no céu é fiel” (Sl. 89:34-37). Vejamos se Jeová cumpriu sua promessa a Davi:

Quando Davi propôs edificar o templo, isto é, a casa de Jeová, este lhe disse: “Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porque muito sangue tens derramado na terra, perante a minha face. Eis que o filho que te nascer será homem de repouso; porque repouso lhe hei de dar de todos os seus inimigos em redor. Portanto Salomão será o seu nome, e paz e descanso darei a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome, e ele me será por filho, e eu a ele por pai; e confirmarei o trono de seu reino sobre Israel, para sempre” (I Cr. 22:8-10). Em primeiro lugar, entendamos o que Jeová falou: Ele declarou que Davi não preenchia os requisitos morais e espirituais para edificar o templo, porque fez muitas guerras, e suas mãos estavam manchadas de sangue, e que Salomão seria o varão que tinha todas as condições para tão grande realização. O nome Salomão quer dizer pacífico, homem de paz. Este edificaria a gloriosa casa de Jeová. E disse mais Jeová: “Ele me será por filho e eu lhe serei por pai, e confirmarei o trono do seu reino sobre Israel para sempre”. Acontece que Salomão não foi pacifico, pois matou todos os que apoiavam Adonias, que pela linhagem real tinha direito ao trono, inclusive o próprio Adonias (I Reis capítulos 1 e 2). Salomão se uniu por amor a mulheres estranhas, moabitas, amonitas, edomitas e hetéias. Todas corruptas e idólatras. Foram mil ao todo. E Salomão se deixou envolver com a idolatria, seguindo Astarote, deusa dos sidônios, e em seguimento a Milcon, a abominação dos amonitas. Edificou um alto a Quemós, a abominação dos moabitas, em frente a Jerusalém, e a Moloque, a abominação dos filhos de Amom. Além de tudo isto, Salomão tachava impostos pesados para sustentar o luxo das mil esposas, e os caprichos e banquetes do rei. Tinha também Salomão mil e quatrocentos carros e doze mil cavaleiros, etc. e etc.. Jeová então, desgostoso de Salomão, dividiu o reino, rejeitou Salomão, deu dez tribos a Jeroboão, filho de Nebate. Só a tribo de Judá ficou com Reboão, filho de Salomão. Tudo o que Jeová profetizou de Salomão deu ao contrário. O fim do reino de Jeová foi assim: As dez tribos que formavam o reino do norte foram levadas cativas para a Assíria, e desapareceram. O reino do sul, que era Judá, onde estava o templo de Salomão na cidade de Jerusalém, foi levado cativo para a Babilônia. O reino nunca mais foi restaurado. O povo judeu só voltou a Canaã há 59 anos atrás, em 1948, mas não é mais reino, nem existe a descendência de Davi como Jeová jurou. Na verdade a restauração do reino deveria ter ocorrido nos dias de Jesus Cristo, que era o messias, mas Cristo não assumiu o trono de Davi, dizendo que o seu reino não era deste mundo(Jo. 18:36). E os sacerdotes, os príncipes de Israel, incitaram o povo contra Jesus, e os romanos o crucificaram por exigência do povo, considerando-o falso messias.

Na verdade Jesus não se submeteu ao projeto de Jeová, preferindo a cruz. Assim, quando foi crucificado e morto, era o messias segundo a carne (At. 2:30; Rm. 9:5). Quando ressuscitou não era mais o messias de Israel, mas o Salvador de todos (Rm. 7:4; II Co. 5:16). Este é o projeto do Pai, diferente do projeto do rei Jeová, cujo reino é neste mundo. E mais. O sonho de Jeová era ser o rei de Israel. Davi seria apenas o testa de ferro. Todas as nações estariam debaixo dos pé de Israel (Sl. 47:3). Todos os reinos e nações teriam de subir de ano em ano para adorar Jeová, e quem assim não fizesse seria ferido com grandes pragas, pois este deus rei, não é pai, pois nenhum pai trata assim seus filhos (Zc. 14:8-20).

 

Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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