(471) – O REI E O PAI – II

O  REI  E  O  PAI  2

Como vimos no folheto primeiro, Jeová se revelou através de seu mediador Moisés, primeiro como deus, e depois como rei (Ex. 3:1-8; I Sm. 8:7). No Novo Testamento, Jesus, o mediador entre Deus e os homens, revela o Pai em primeiro lugar, e depois o Deus Pai. Ao ressuscitar, apareceu a Maria Madalena, e disse-lhe: “Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus” (Jo. 20:17). Vamos, pois, continuar comparando a diferença que existe entre o rei e o Pai:

    1. O rei tem exércitos: Jacó morou vinte anos com Labão, e casou com suas filhas, Lea e Raquel. Ao retornar a sua casa, no caminho, encontrou os anjos de Jeová, e disse: Este é o exército de deus. E chamou aquele lugar de Maanaim (Dois exércitos ou bandos) (Gn. 32:1-2). Mais ou menos 1.226 anos mais tarde, o reino de Israel, há oitenta e seis anos estava dividido em dois, por causa da corrupção de Salomão. Israel era o reino do norte e Judá o reino do sul. Acabe, rei do reino do norte fez aliança com Jeosafá, rei de Judá. Jeová, o rei dos reis, queria matar Acabe. Micaías, o profeta, viu em visão o tribunal, e disse: “Vi Jeová assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. E disse Jeová: Quem induzirá Acabe, a que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante de Jeová, e disse: Eu o induzirei. E o Jeová lhe disse: Com que? E disse ele: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E disse Jeová: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai, e faze assim” (I Rs. 22:19-22). O rei usa tudo para realizar seus projetos políticos, até espíritos mentirosos.

O Pai

       tem família e não exércitos, Paulo declara:

“Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família no céu e na terra toma o nome” (Ef. 3:14-15).

       O Pai de família não lança fora nem o joio para não prejudicar o trigo

(Mt. 13:27-30).

       O Pai enviou seu Filho Jesus Cristo para angariar filhos entre os homens. Paulo diz:

“Porque todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl. 3:26).

       E o Pai não trata com violência seus filhos. Jesus o declara:

“E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma

    pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhos pedirem?”(Mt. 7:9-11; Nm. 21:4-9).

      1. O rei tem um povo: “Confirmaste a teu povo Israel por teu povo para sempre, e tu Jeová, te fizeste o seu deus” (II Sm. 7:24).
      2. — O Pai tem filhos para lhes dar uma herança eterna. Paulo diz:

    “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm. 8:17).

         Qual a herança? O apóstolo Pedro responde dizendo:

    “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que se não pode murchar, guardada nos céus para vós” (I Pd. 1:3-4). 

        Convém lembrar que o rei de Israel também tem uma herança eterna, que foi prometida a Abraão:

    “E te darei a ti, e à tua semente depois de ti, a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpetua possessão, e ser-lhe-eis o seu deus” (Gn. 17:8).

         Jeová repete a promessa a Jacó

    (Gn. 48:4).

         E a repete em

    Ex. 32:13

        . E sabem que herança é essa? Guerras, mortes, pragas, pestes e vinganças de Jeová. A capital Jerusalém foi transformada pelo próprio rei Jeová em fornalha

     (Is. 31:9).

      1. O rei cobra imposto e é exigente. Ele mesmo diz: “Roubará o homem a deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas. Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação” (Ml. 3:8-9). Não se lê nenhuma vez na Bíblia, que o rei Jeová vigiasse o bem, mas o mal, ele vigia (Jr. 44:27; Dn. 9:14).
      2. — O Pai é diferente. Ele dá o pão nosso de cada dia, e só, pois é o Deus dos pobres e não dos ricos. Na epístola universal de

    São Tiago

        , lemos:

    “Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam?”(Tg. 2:5).

         As riquezas do reino dos céus não são medidas pelo ouro e prata deste mundo, mas nas obras de caridade. Ouçamos o apóstolo Paulo:

    “Manda os ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham as esperanças na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que façam bem, e enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento

      para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna” (I Tm. 6:17-19).

           Como a riqueza, no reino de Deus, é medida pelas boas obras de caridade, quem dá dez por cento é ladrão, por isso não há dizimo no Novo Testamento. Quem ama dá tudo. E há muito que fazer em matéria de caridade

      (Mt. 25:41-45).Deus, o Pai, é amor, e tem um só filho, por isso Jesus é chamado Filho unigênito. Pois Deus Pai deu tudo o que tinha para nos salvar (Jo. 3:16). E dando o Filho, deu tudo o que tem, pois Jesus é o herdeiro de tudo, e vai dar aos que salvar (Hb. 1:1-3; Rm. 8:15-17).

       

      Autoria: Pastor Olavo Silveira Pereira

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